Por Direito de Ouvir

22 de February de 2016

Síndrome de Ménière: O que é? Como tratar?

Ouvido tampado, zumbido, vertigem e surdez flutuante são sintomas desta síndrome

22 de February de 2016


Sensação de pressão ou ouvido tampado, zumbido, vertigem e surdez flutuante. Estes são os  principais da síndrome de Ménière, chamada também de hidropsia endolinfática.  Neste problema otológico, ocorre uma distensão do compartimento onde fica armazenada a endolinfa, o líquido do labirinto. Ou seja, ela provoca um aumento da pressão do líquido dentro do ouvido interno.

Batizada com o nome de Prosper Ménière, diretor de Instituto dos Surdos Mudos de Paris que identificou seus sintomas no início do século XIX, a síndrome nada mais é que uma espécie de "pressão alta" do ouvido.

De acordo com os especialistas, este distúrbio atinge principalmente adultos entre 30 e 50 anos – com certa prevalência entre as mulheres. Na maioria dos casos, ela afeta apenas um ouvido.

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Como a síndrome acontece?

Para entender como a hidropsia endolinfática acontece é preciso analisar o funcionamento do ouvido interno. Com um papel importante no equilíbrio e localização espacial do corpo, o labirinto é um conjunto de arcos semicirculares preenchidos com a endolinfa.

Sempre que nos movimentamos, a endolinfa se mexe – essa alteração gera sinais elétricos que são encaminhados para o cérebro, onde são "traduzidos" para identificar nossa posição.

 Na síndrome de Ménière, a pressão no ouvido faz com que os sinais enviados sejam imprecisos, o que provoca sintomas os principais sintomas da doença:

As crises com episódios de vertigem podem durar entre 20 minutos e 24 horas. Como a pessoa afetada fica com uma sensação forte de vertigem e tontura, pode sentir náuseas e vômito. A audição pode “sumir” e voltar nesse período – assim como o zumbido que também pode ser intermitente.

Por ser aparentemente flutuante, a doença pode ser confundida com um mal estar temporário ou com a labirintite em seu estágio inicial. Mas, conforme ela progride, pode causar perda auditiva de baixa e alta frequências.


Por que a pressão da endolinfa aumenta?

 

As causas da Síndrome ou Doença de Ménière ainda não são totalmente comprovadas cientificamente. O aumento na pressão da endolinfa pode ser causado por alergias, problemas metabólicos e autoimunes, infecções ou mesmo erros alimentares.

Especialistas ainda apontam uma relação com doenças como diabetes, hipertensão e enxaqueca e doenças autoimunes (como lúpus e reumatismo).

Diagnóstico da síndrome de Ménière

Com crises de vertigem, perda auditiva e zumbido, a doença pode ser confundida com um mal estar temporário em seu estágio inicial. Mas, conforme ela progride, pode causar perda auditiva de baixa e alta frequências.

As crises podem ser desencadeadas por estresse, ciclo menstrual, cigarro ou alterações na dieta. Muitas pessoas relatam que antes das crises de vertigem surgirem, é comum sentir uma sensação de ouvido entupido.

Para fazer um diagnóstico do problema, os especialistas levam em consideração o quadro clínico e outras doenças. Exames como a audiometria e a eletrococleografia também são úteis para auxiliar o diagnóstico. Hemogramas também podem ser necessários para detectar fatores metabólicos envolvidos. 


Qual é o tratamento para a doença de Ménière?

Especialistas não falam em cura para a doença de Ménière, mas em combater os sintomas que atrapalham a qualidade de vida de quem sofre do problema. Normalmente, o tratamento tem o objetivo de reduzir os ataques de vertigem, minimizar o zumbido e problemas de equilíbrio e evitar que a progressão da doença comprometa a audição da pessoa – como o uso de aparelhos auditivos.

Remédios para tratar náuseas e vertigens - como diazepam, lorazepam, meclizina, dimenidrinato, escopolamina, prometazina e proclorperazina - podem ser utilizados. Diuréticos, como a hidroclorotiazida, e o vasodilatador beta-histina, também podem ser indicados.  Terapia de reabilitação vestibular, que são exercícios específicos com o objetivo de ajudar o seu corpo a maximizar o equilíbrio, e com o dispositivo Meniett, que é um aparelho usado para a aplicação de pressão positiva no ouvido médio como forma de melhorar o intercâmbio de fluidos no labirinto, pode ser outra recomendação médica.

Paralelamente ao tratamento, mudanças no estilo de vida podem ser recomendadas. Por exemplo: 

  • Alimentação balanceada com redução no consumo de cafeína
  • Prática de exercícios
  • Práticas para aliviar o estresse, como meditação 

Em casos extremos, pode ser recomendada uma cirurgia que corta o nervo vestibular. 


Qual a diferença entre a labirintite e a síndrome de Ménière?

Síndrome de Ménière não é o mesmo que labirintite, mas pode ser uma das causas dela. A labirintite é o nome usado para identificar doenças que afetam o labirinto. O problema é que existem muitos distúrbios diferentes que comprometem esta estrutura do ouvido, mas que acabam sendo chamadas da mesma forma erroneamente.

O que diferencia cada uma dessas moléstias é a causa. Um dos problemas mais comuns que afetam o labirinto é a Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB), responsável em mais de 80% dos casos de acometimento labiríntico. Ela causa um conjunto de sintomas muito parecido com a síndrome de Ménière: como tontura, falta de equilíbrio, zumbido.

Mas o que a diferencia dela é justamente a causa: enquanto a síndrome é provocada pelo aumento de pressão da endolinfa, o VPPB é provocado pelo deslocamento das otocônias, pequenos cristais que se desprendem e ficam circulando livremente pelos canais labirínticos.

 Com isso, o paciente sente vertigens sempre que faz algum movimento brusco com a cabeça (principalmente o movimento de deitar e levantar da cama). 


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