Por Direito de Ouvir

16 de July de 2018

Zumbido no ouvido: Como acontece

O zumbido pode causar estresse, desconforto e dificuldade para dormir.

16 de July de 2018


Chiado, apito, sirene, mosquito, cachoeira, rádio. Esses sons são comuns no cotidiano, mas quando ouvidos constantemente sem nenhum estímulo do ambiente externo, são sinais de alerta. Identificou-se com algum deles?

Se sim, saiba que não está sozinho. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 278 milhões de pessoas no mundo todo também são afetadas pelo zumbido no ouvido. No Brasil, são 28 milhões de pessoas com o mesmo sintoma.

O zumbido, também conhecido como tinnitus, pode ser definido como uma percepção sonora mesmo quando não há a emissão de ruídos correspondentes no ambiente. O zumbido no ouvido não é uma doença, e sim um sintoma de que algo não vai bem. O desconforto pode ser resolvido com uso de aparelhos auditivos e remédio específico para o caso.

Se você quer saber quais são as causas, as doenças que estão ligadas ao zumbido e como tratar, continue lendo este artigo.

Como acontece?

Após ser emitido, o som percorre um caminho em nosso ouvido até chegar ao cérebro, que, por sua vez, capta a mensagem. Quando nossa saúde auditiva está em perfeitas condições, o ruído é codificado pelo cérebro sem nenhum problema.

O zumbido no ouvido acontece quando nossa via auditiva envia estímulos mesmo sem nenhum som passando naquele momento. Como resultado, a pessoa escuta um barulho persistente que pode acabar gerando desconforto, desequilíbrio emocional e dificuldade para dormir.

Quais são as causas?

Como já citamos anteriormente, o zumbido no ouvido não é uma doença. Ele é um sinal para alertar que seu corpo precisa de atenção. Geralmente, o zumbido representa alguma disfunção no sistema auditivo ou em outras partes do corpo que podem acabar afetando os ouvidos. Além disso, pode ter origem em outros fatores externos. Confira as causas mais comuns:  

Cera acumulada no ouvido

A cera ou cerume serve para proteger o ouvido de infecções por vírus, bactérias, fungos, entre outros. Porém, o acúmulo em excesso pode entupir o canal auditivo e afetar o tímpano, causando dor de ouvido, vertigem, tonteira e zumbido, incômodos, perda de audição.

Ansiedade ou Depressão

Estudos mostram que o zumbido pode ter origem em transtornos psicológicos, como a ansiedade e a depressão. Isso acontece porque o uso de antidepressivos altera os níveis de neurotransmissores oriundos do sistema auditivo, afetando o funcionamento do ouvido e causando o zumbido.

Doenças cardiovasculares

Doenças como hipertensão, arteriosclerose e malformação arteriovenosa prejudicam a circulação sanguínea de todo o corpo. Consequentemente, as células do sistema auditivo não recebem a quantidade ideal de nutrientes e gera os zumbidos como forma de alerta.

Diabetes

Pessoas que possuem diabetes e não controlam os níveis de glicose têm mais chances de sofrer com deficiência auditiva. Os ruídos são causados quando a quantidade de insulina está alta e impede que todas as informações do ouvido cheguem ao cérebro.

Cafeína

Se ingerida em excesso, a cafeína pode prejudicar o funcionamento de vários órgãos do corpo. Por ser uma substância estimulante – assim como o guaraná natural e medicamentos diuréticos – acaba acelerando o funcionamento do ouvido e causando o zumbido.

Envelhecimento

Geralmente, o zumbido está associado à perda auditiva que, por sua vez, é um processo degenerativo natural ligado ao envelhecimento. Por isso, indivíduos na terceira idade podem apresentar zumbido com mais frequência.

Som alto

Ouvir música com fones de ouvido no último volume, ficar na balada ou show por muitas horas, não usar equipamentos de proteção em locais barulhentos são alguns exemplos de atitudes que podem comprometer a audição e causar o zumbido.

Como fazer o diagnóstico?

Como você pôde perceber, o zumbido no ouvido pode ter diversas origens. Isso acaba dificultando na hora de identificar qual o caso do paciente para direcioná-lo ao tratamento correto.

O diagnóstico do zumbido é feito pelo médico otorrinolaringologista. Inicialmente, o profissional precisa saber detalhes sobre o histórico do paciente: quando surgiu o ruído, qual o grau de intensidade, como é o zumbido, por exemplo.

Para um resultado mais exato, pode ser solicitado a realização de exames de diagnóstico por imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, audiometria e testes de movimento.

Zumbido tem cura?

Sim! O tipo de tratamento para o zumbido no ouvido depende da causa que originou o distúrbio. Podem ser realizadas medidas simples, como remoção da cera excessiva ou uso de remédios para zumbido no ouvido, como antibióticos para tratar um em caso de infecção.

Hoje em dia os aparelhos auditivos possuem recursos tecnológicos que ajudam a aliviar o zumbido. Os aparelhos auditivos são indicados em grande parte dos casos, principalmente quando já há perda de audição.

Em situações mais complicadas, o médico pode indicar um tratamento mais intenso e demorado, principalmente com o uso de terapias que amenizam a percepção dos ruídos.

Terapia de Habituação do Zumbido ou TRT (Tinnitus Retraining Therapy)

Essa terapia consiste em diminuir a percepção do zumbido no ouvido através de aconselhamento terapêutico e enriquecimento sonoro. É indicada para os casos em que o zumbido afeta a qualidade de vida do paciente.

O método funciona em duas etapas. Na primeira, o paciente relata as principais características do zumbido no ouvido até que se chegue ao som mais próximo do que ele escuta. A partir daí, o médico configura o aparelho para gerar um chiado que vai competir com o zumbido.

Com o passar do tempo, o cérebro vai prestar mais atenção do chiado e acaba desviando a atenção do zumbido.

O TRT é um tratamento de longo prazo, podendo durar de 18 a 24 meses. Portanto, os resultados variam de acordo com a disciplina e persistência de cada indivíduo. Em média, 82% dos pacientes obtém sucesso com a terapia.

Terapia de Som

Os sons do ambiente também podem ser bons aliados no tratamento para acabar com o zumbido. Trata-se de colocar ruídos brancos, que podem ser barulho de chuva, ondas do mar, pássaros cantando etc. O objetivo é disfarçar e diminuir a percepção do zumbido.

Existem aparelhos específicos de vários preços e tamanhos usados nesse tipo de terapia. O seu médico especialista vai saber qual o mais indicado para seu caso.

Terapias Alternativas

Algumas terapias alternativas servem para complementar o tratamento. As mais usadas são:

• Acupuntura: segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o zumbido pode ter origem em outros fatores além do sistema auditivo. Por isso, a técnica busca aliviar as tensões na coluna cervical, pescoço, ombros ou até mesmo na cabeça.

• Musicoterapia: a música pode ser uma boa aliada durante o tratamento. Essa técnica consiste em usar arranjos musicais compatíveis com o gosto de cada pessoa com o objetivo de diminuir a percepção do zumbido.

• Relaxamento: nos casos de estresse e ansiedade, pode ser indicado terapias de relaxamento, como meditação e yoga.

Vale ressaltar que essas terapias alternativas são substituem o tratamento recomendado pelo médico, elas servem apenas como auxiliares durante o processo.

O zumbido no ouvido é um sinal de atenção para sua saúde. Portanto, é fundamental procurar um médico para fazer o diagnóstico e receber orientações quanto ao tratamento mais indicado para seu caso.


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