Perda auditiva: ruído em escolas prejudica audição
Constatou-se que ruídos em salas de aula passam do limite tolerável

Um ambiente destinado para aprendizado, estudo e troca de conhecimentos deveria ser tranquilo e silencioso, mas na realidade isso nem sempre acontece. O ronco do motor de carros e ônibus, o barulho vindo da quadra de esporte, as conversas nos corredores, as conversas paralelas dentro de sala de aula, provocam excesso de ruídos que são prejudiciais para audição de alunos, professores e colaboradores.
Os problemas auditivos, principalmente nos alunos, terão impactos na idade adulta, ou seja, quanto maior a frequência a ambientes barulhentos ao longo da vida, maiores serão as chances de danos à audição.
Perda auditiva: estresse e problemas no aprendizado
Um estudo feito na Alemanha, pela Universidade de Oldenburg, constatou que em muitas escolas os ruídos nas salas de aula podem passar do limite tolerável. O ouvido humano suporta até 65 decibéis, segundo a Organização Mundial de Saúde, acima desse nível o organismo sofrerá danos.
Dentro das salas de aula o limite é de 40 a 50 decibéis, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no entanto, em alguns casos o nível atinge até 75 decibéis e no horário do intervalo os ruídos podem chegar a mais de 100 decibéis.
Esse excesso de ruído é bastante prejudicial para as crianças, pois, além dos problemas auditivos ainda causa estresse, falta de concentração e problemas de aprendizagem.
Escolas buscam alternativas
Diante de tanto ruído, as pessoas com boa audição são prejudicadas e um aluno com perda auditiva sofre em dobro as consequências desse excesso. Sendo assim, as escolas precisam buscar alternativas para o problema e principalmente ajudar as crianças que possuem essa deficiência.
Os ruídos do ambiente escolar somados as diversas situações como: trânsito, televisão em alto volume, uso de fones de ouvido, preocupa os especialistas que constatam a perda auditiva em um número cada vez mais crescente de jovens. Prevenir desde criança é uma excelente maneira de evitar problemas auditivos na fase adulta.
Professores são afetados pela perda auditiva
Não são só os alunos que são prejudicados pelo excesso de barulho nas escolas. Acredite se quiser: os professores estão entre os profissionais que mais sofrem com perda auditiva.
Uma pesquisa desenvolvida pela Wakefield Research for EPIC Hearing Healthcare apontou que 15% dos docentes americanos foram diagnosticados com perdas auditivas. Entre demais profissionais, esse número não ultrapassou 12%.
O problema afeta principalmente professores jovens. A taxa de perda auditiva foi de 26% entre os professores com idade entre 18 e 44 anos – e 17% para outros profissionais desta mesma faixa etária. Outro dado alarmante que é que 27% dos professores têm suspeitas de problemas de audição mas nunca procuraram tratamento.
O excesso de barulho não prejudica apenas a audição dos professores, mas também todo o seu desempenho como docentes. Não é incomum que estes profissionais necessitem de afastamentos por estresse ou esgotamento, como a síndrome de burnout.
Soluções que podem reduzir o problema
Uma solução proposta por muitos educadores seria aperfeiçoar a acústica nas salas de aula. Com essa medida, o excesso de reverberação de ruído seria resolvido: o isolamento acústico assegura a compreensão do que o professor diz e, dessa maneira, ele precisa se esforçar menos para ensinar o conteúdo da aula.