Por que não devemos remover a Cera de Ouvido
Veja os tipos de ceras e a forma correta de fazer a limpeza em seu ouvido

Por que será que não devemos tirar cera do ouvido?
Bom, o Cerúmen, popularmente conhecido como cera, é uma substância produzida pelas glândulas sebáceas presentes em nosso canal auditivo, rica em gordura e descamação de pele, ela é muito importante para impedir o ressecamento do interior da cavidade do ouvido.
Com o intuito de proteger a orelha contra insetos, poeira, água, infecções (otite externa) que podem causar inflamação, obstrução, previne doenças, como irritação de pele (eczema) no meato acústico, o que é possível, graças ao pH naturalmente ácido, além de auxiliar na preservação da audição.
Entretanto, sabemos que há pessoas cujo organismo pode fabricar em excesso o cerúmen, gerando um certo desconforto no ouvir ou até mesmo causando reações de limpeza de forma inadequada. Mas o que não sabemos é que mesmo tendo um aspecto pegajoso ou cor escurecida, é apenas o próprio corpo expelindo de forma natural, essa “sujeira”, do canal auditivo.
Um fato interessante é que assim como a digital humana, a cera também é única em cada organismo, apresentando alguns subtipos e variando de acordo com a etnia de cada pessoa.
Existem dois tipos de cerúmen, o úmido que é o mais comum, e o seco, que pode ser encontrado em descendentes asiáticos.
Outra curiosidade que vale ressaltar é que, dependendo da cor, textura ou o cheiro da cera, são sinais indicativos de possíveis disfunções.
Por exemplo:
Cera Cinza:
Significa exposição a grandes quantidades de poluição;
Cera Vermelha:
Cor avermelhada ou com manchas de sangue, indício de perfuração timpânica, podendo causar infecções ou até mesmo comprometer a audição;
Cera Branca:
Significa que o organismo está com falta de vitaminas, como ferro ou cobre;
Cera Marrom Escuro:
Se estiver no tom de café, sugere que o organismo passou por constantes situações de estresse;
Cera Preta:
Acompanhada de secreções ou outros sintomas como coceira e dor, pode indicar presença de fungos na cavidade auditiva;
Cera Seca:
Sugestivo de dermatite e doenças de pele;
Cera Líquida:
Se as secreções se tornarem liquidas e fluidas, a ponto de escorrerem, é indicativo de lesão auditiva ou inflamação;
Cera com odor desagradável:
Seguido de alterações na cor, podendo sentir alguns ruídos ou ouvido entupido, é sinal de infecção de ouvido.
Depois de aprendermos sobre os tipos de cerúmen, podemos perceber quão útil e importante ela é, já que tem característica autolimpante, sendo um dos principais motivos para não removermos.
Então que substância de cera podemos limpar?
Segundo os especialistas, podemos apenas remover a cera que fica na parte externa da orelha, de maneira cuidadosa e caso de produção grandes quantidades de cerúmen, o ideal é ir ao otorrinolaringologista a cada seis meses para realização da limpeza.
No entanto, se sentir incômodo com a presença de cera, a melhor recomendação é após o banho, usar a toalha para secar essa região externa da orelha, mas se ainda assim permanecer desconfortável, não utilize:
• Cotonetes ou bastões flexíveis: pois eles ajudam a empurrar ainda mais a secreção para dentro do ouvido. Utilize apenas, se for limpar as bordas ou a parte externa da orelha, mas nunca seu interior.
• Unhas ou dedos: além de poder levar bactérias ou fungos para dentro do ouvido, pode arranhar a pele delicada da parte interna da orelha e empurrar o cerúmen para dentro.
• Não remover o excesso de cera: mesmo que ainda exista quem queira remover de forma abrupta, há pessoas que acreditam que não a remover, fará com que ela saia sozinha, o que é um erro, pois, excesso de cerúmen, pode ocasionar um bloqueio no conduto auditivo, causando incômodo, zumbido, coceira ou perda parcial da audição. E precisará ser removida somente por um profissional capacitado, o otorrinolaringologista.
Portanto, pode-se perceber quão útil e necessário é a fabricação do cerúmen para o organismo do ser humano e que existem formas de removê-lo com segurança, caso seja necessário.
Também é importante sempre cuidar da saúde auditiva, afinal, todo sentir faz sentido e ouvir bem aumenta significativamente a nossa qualidade de vida!
Isabela de Oliveira Souza
Estagiária de Fonoaudiologia.
7ºsemetre de Fonoaudiólogia da Universidade de Franca (Unifran)