Por Direito de Ouvir

29 de November de 2018

Perda auditiva hereditária

Estudo mostra que a perda auditiva está associada a uma sensibilidade no tato

29 de November de 2018


Já é de conhecimento de grande parte da população que as pessoas com deficiência em um sentido desenvolvem características mais aguçadas em outro. Mas você imaginava que a perda auditiva hereditária poderia interferir na sensibilidade do tato?

A relação genética entre esses dois sentidos foi apresentada em um estudo europeu. Quer saber mais detalhes sobre o assunto? Então continue a leitura!

O que é a perda auditiva DFNA2?

Antes de mais nada, é preciso compreender o que é e qual a causa da perda auditiva do tipo DFNA2.

A Perda Auditiva Genética não Sindrômica Autossômica Dominante (DFNA2), é uma mutação genética que afeta a função das células ciliadas localizadas no tímpano, causando a perda auditiva neurossensorial em todas as frequências.

É bem provável que a audição das pessoas que sofrem com essa mutação seja comprometida desde o nascimento. No entanto, a perda de audição geralmente é diagnosticada apenas em crianças na idade escolar, durante a avaliação auditiva de rotina.

A maioria das pessoas entre 10 e 40 anos com esse tipo de perda de audição hereditária, precisa de aparelhos auditivos para auxiliar na amplificação sonora. Após os 70 anos, a perda auditiva DFNA2 se agrava, atingindo do grau severo a profundo. Nesse nível, os aparelhos auditivos já não são muito úteis.

Relação da perda auditiva e o tato

A mutação genética que causa a perda auditiva do tipo DFNA2 também permite que a pessoa sinta vibrações de baixa frequência que normalmente são muito lentas para as pessoas saudáveis perceberem.

Os pesquisadores alemães, Thomas Jentsch e Gary Lewin, trabalharam com pesquisas na Espanha e a Holanda, testando famílias cujos membros têm a DFNA2.

Uma série de experiências comprovou as suspeitas dos cientistas: existe uma conexão entre o sentido da audição e do tato. Os testes de toque mostraram que existe uma molécula de proteína em comum tanto no ouvido quanto nas células sensoriais da pele.

Essa molécula, chamada KCNQ4, atua no modo com as vibrações detectadas pelas células ciliadas são transmitidas ao cérebro por meio de sinais elétricos. Porém, a mutação genética que causa a perda auditiva DFNA2 destrói a molécula KCNQ4.

Quando os cientistas descobriram a mesma molécula de proteína nas células da pele, concluíram que a mesma mutação genética poderia afetar a sensibilidade ao toque das pessoas também.

Assim como o som é composto de vibração no ar, a sensação de toque das pessoas é definido pelas vibrações que ocorrem na pele ao tocar diferentes texturas e superfícies. Essa sensação de toque é única em cada pessoa. Algumas precisam de mais estímulos, outras têm equilíbrio no tato, enquanto outras são extremamente sensíveis - como é o caso dos pacientes com DFNA2.

A descoberta da relação entre a perda auditiva hereditária e o sentido do tato, permite que os profissionais da área médica entendam melhor as conexões entre diferentes sintomas em pacientes.


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