Por Direito de Ouvir

24 de October de 2019

Quando a perda auditiva é considerada deficiência

Será que toda pessoa com perda auditiva é considerada deficiente auditivo?

24 de October de 2019


Uma dúvida comum em quem começa a aprender sobre audição é em relação às nomenclaturas. Afinal, todos os indivíduos que sofrem com a perda auditiva também são considerados deficientes auditivos? O que caracteriza a perda de audição e quais os direitos de quem tem esse problema? Qualquer pessoa com perda auditiva também pode ser chamada de surda?

É essencial solucionar essas dúvidas, tanto para quem está enfrentando um problema auditivo quanto para quem tem algum caso na família. Então, para entender melhor sobre o assunto, continue a leitura. Reunimos informações importantes sobre o que caracteriza as deficiências perante a lei e a visão de fonoaudiólogos especialistas em audiologia.

O que caracteriza os deficientes auditivos

A perda auditiva pode ser definida como a diminuição da capacidade de perceber sons. Assim, pode-se dizer que uma pessoa que não é capaz de ouvir como alguém com audição normal - 25 dB ou mais - apresenta perda auditiva.

O problema pode acontecer em apenas um ou nos dois ouvidos e pode causar dificuldade em falar ou ouvir sons comuns do cotidiano. O impacto na audição varia de acordo com a quantidade de decibéis que o indivíduo consegue ouvir. Então, os fonoaudiólogos classificam a perda auditiva nos seguintes níveis de gravidade:

Perda auditiva leve (entre 26 a 40 dB): Neste nível, algumas palavras não são compreendidas e a pessoa precisa pedir para que o interlocutor repita a fala. Os sons agudos são os mais difíceis de ouvir;

Perda auditiva moderada (entre 41 a 60 dB): Somente a voz forte e articulada é compreendida. Neste caso, os aparelhos auditivos costumam recuperar quase toda a capacidade auditiva;

Perda auditiva severa (entre 61 a 90 dB): A pessoa consegue ouvir poucos sons e, ainda assim, nem sempre compreende o que eles significam. Quem sofre com a perda auditiva severa costuma compensar a dificuldade usando a leitura labial e pode recuperar uma parte da audição com os aparelhos auditivos;

Perda auditiva profunda (acima de 91 dB): A perda auditiva é praticamente total.

Os níveis de perda auditiva são indicados em um audiograma, que é o instrumento pelo qual os fonoaudiólogos identificam a capacidade auditiva de cada pessoa. Assim, cada perda auditiva é única para cada indivíduo.

Tendo em mente a classificação dos graus da perda auditiva, fica mais fácil compreender o que a legislação diz sobre o assunto.

Segundo a Lei 13.146/2015, uma “pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”

Até então, para ser considerado legalmente como deficiente auditivo, é necessário ter perda auditiva bilateral, parcial ou total, acima de 41 dB. Contudo, com Projeto de Lei 1.361/2015, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, essa classificação pode mudar. Com isso, as pessoas com perda auditiva em apenas um dos ouvidos serão consideradas pessoas com deficiência. Assim, os deficientes auditivos unilaterais poderão ter acesso às cotas em vagas de emprego, concursos e outros direitos dos portadores de deficiência.

Deficiência auditiva X Surdez

A partir daí, surgem outras dúvidas relacionadas ao termo surdos ou com deficiência auditiva. É comum usar os termos “surdo” ou “deficiente auditivo” como sinônimos. Embora ambos façam referência a perda auditiva, eles são diferentes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo “deficiente auditivo” refere-se a uma pessoa com capacidade auditiva reduzida que varia de leve a grave. Na maioria desses casos, a perda auditiva está associada a causas adquiridas, como envelhecimento, trauma acústico, etc.

Geralmente, os deficientes auditivos se comunicam pela língua falada e podem utilizar aparelhos auditivos, implantes cocleares ou outros mecanismos que auxiliam na audição e ajudam a encontrar uma melhor qualidade de vida. Os deficientes auditivos podem ter uma sensação de estar no meio: eles não têm a audição normal, mas também não são surdos.

Quando nos referimos a uma pessoa chamada “surda”, geralmente estamos falando de uma perda auditiva profunda ou total, ou seja, com pouca ou nenhuma audição. Nesse caso, o problema auditivo costuma ser associado a causas congênitas ou adquiridas precocemente. Assim, as pessoas surdas costumam se comunicar usando a língua de sinais.

Além disso, o fator cultural é um grande diferencial entre os termos. As pessoas que fazem parte da comunidade surda encaram a condição não como uma deficiência, e sim como uma maneira diferente de experimentar o mundo ao seu redor. Para a comunidade surda, o grau da perda auditiva não tem tanta importância. Dessa forma, pessoas com perda auditiva leve ou moderada, por exemplo, podem se identificar como surdas.

Em resumo, do ponto de vista clínico, podemos dizer que todo surdo é deficiente auditivo, mas nem todo deficiente auditivo é surdo. Já do ponto de vista cultural, a escolha da nomenclatura cabe à cada indivíduo.

Direitos dos deficientes auditivos

O Estatuto da Pessoa com Deficiência tem o principal objetivo de promover a igualdade e garantir a inclusão social e cidadania aos portadores de deficiência auditiva.

Mesmo com as discussões sobre inclusão da perda auditiva unilateral, é importante que todas as pessoas com perda auditiva conheça seus direitos garantidos pela lei. Alguns dos direitos dos portadores de deficiência que se estendem aos deficientes auditivos são:

• Aposentadoria especial;

• Passe livre no transporte público;

• Meia-entrada em eventos artísticos, esportivos e culturais;

• Assistência social;

• Cotas em concursos públicos;

• Vagas de emprego;

• Acesso ao ensino superior;

• Auxílio do SUS.

Independentemente da nomenclatura, é essencial procurar ajuda profissional ao perceber os sintomas da perda auditiva. Os fonoaudiólogos da Direito de Ouvir são especialistas em encontrar as melhores soluções que devolvem a qualidade de vida aos deficientes auditivos. Então, encontre a Clínica de Fonoaudiologia Direito de Ouvir mais perto de você e agende uma consulta.


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