Por Direito de Ouvir

08 de July de 2021

Eu escuto, mas não entendo.

A grande maioria das pessoas com alteração auditiva, não entendem o que está sendo dito.

08 de July de 2021


Porque a grande maioria das pessoas que apresentam alterações auditivas referem que escutam, mas não entendem o que está sendo dito? 

Nos meus quase cinco anos trabalhando com diagnóstico auditivo, essa é a frase mais comum que escuto dos pacientes que atendo. “Doutora, eu até que escuto, mas não entendo o que as pessoas falam”.

Pois então, vamos entender um pouco melhor porque e quando isso acontece?

Na avaliação auditiva (audiometria) avaliamos os sons mais importantes para o entendimento da fala (inteligibilidade de fala). Avaliamos diferentes sons, do mais grave (250Hz) até o mais agudo (8.000Hz frequências). Cada palavra que falamos é composta por pequenos sons (fonemas), que podem ser mais graves como o som da letra “b” (lado esquerdo do audiograma), ou mais agudos como o som da letra “f” (lado direito do audiograma).



Os fonemas agudos (ou também chamados de sons fricativos) auxiliam no entendimento da informação auditiva. Em uma linguagem mais técnica, os sons ou fonemas agudos, são responsáveis pela nossa inteligibilidade de fala, que nada mais é do que o quanto entendemos da informação auditiva que ouvimos. Dessa forma, quanto melhor escutamos os sons agudos, melhor entendemos quando falam conosco, e quanto menos escutamos pior entendemos.

Dentro da nossa orelha interna, temos a cóclea, que é nosso principal órgão da audição e, dentro dela, existem cerca de 35.000 células responsáveis pela transmissão das informações sonoras ao cérebro. Faz parte do processo natural de envelhecimento do corpo humano a morte dessas células no decorrer do tempo, podendo haver algum componente hereditário e/ou genético que, com exposição ao ruído, acelera em algum grau a mais ou a menos esse processo.

E é em virtude desse processo de morte celular (descartando alguma outra alteração auditiva) que perdemos a nossa audição. A maioria de nós, seres humanos, perdemos a audição inicialmente pelos sons agudos falados acima. Isso acontece pela anatomia da cóclea e a posição das células que são responsáveis pela identificação desses sons dentro da cóclea.

Por essas células ficarem mais expostas (base da cóclea) e suscetíveis ao próprio mecanismo da orelha, desencadeado de forma mais intensa por sons altos – sendo música alta, ruído do trânsito, ou qualquer som intenso, por exemplo, elas começam a morrer mais precocemente em relação as outras células. Por isso, esse é um dos principais motivos que a maioria das pessoas no decorrer dos anos vão apresentando dificuldade no entendimento da fala.

 Mas não se preocupe, há solução para quem já apresenta algum grau de perda auditiva dos sons agudos e que voltar a ouvir e a entender melhor a fala.

Os aparelhos auditivos, com todos os recursos tecnológicos que possuem, terão um papel essencial, pois darão ao paciente a oportunidade de voltar a ouvir esses sons agudos e, consequentemente, de entender melhor quando falam com ele, voltar a ouvir sons esquecidos como por exemplo, o tic tac do relógio, e a participar ativamente de conversas entre amigos e familiares.

Fonoaudióloga Cibele Andrade
Crfª: 2-19391


Marcadores
Perda auditiva
Nós usamos seus dados para analisar e personalizar nossos anúncios e serviços durante sua navegação em nossa plataforma. Ao continuar navegando pelo site Direito de Ouvir você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las