Por Direito de Ouvir

22 de July de 2021

Dificuldade dos deficientes auditivos na pandemia

O uso de máscara e aparelhos auditivos na pandemia

22 de July de 2021


Em 2020, nos deparamos com algo que não imaginávamos viver: uma pandemia se alastrou no mundo. Desde então, a pandemia e as ações governamentais foram variadas, com reduções e aumentos no número de casos, medidas como lockdown e o início da vacinação em algumas localidades.

 O Coronavírus, também conhecido como COVID-19, tem impactado, a vida de toda população. De acordo com a OMS os sintomas principais do covid-19 são tosse, febre, falta de ar e cansaço. Porém, ainda não se sabe ao certo porque o vírus afeta as pessoas e com diferentes sintomas, os pesquisadores de todo o mundo tentam entender o vírus e as mutações que estão acontecendo!

 O que temos certeza, é que o vírus é transmitido através das gotículas que se espalham quando uma pessoa contaminada espirra ou tosse. Essas gotículas permanecem em superfícies e objetos próximos onde, quando alguém saudável toca, se contamina também.

 Assim, o uso de máscaras se tornou parte fundamental da rotina de todos, a fim de evitar que as gotículas se espalhem e, consequentemente, o vírus. Porém apesar de serem eficazes na proteção quanto à disseminação do vírus, as máscaras trouxeram uma grande dificuldade para as pessoas que têm perdas auditivas.

 Uma Pesquisa feita pela Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT), mostrou 3,2% dos brasileiros tem perda total ou parcial da audição e apresentam dificuldades em comunicar. Sendo assim, o uso constante de máscara prejudica a compreensão dos sons e da fala.

 De acordo com a revista Hearing Review, o uso da máscara comum abafa o som da fala entre 3 a 4 decibéis, e a N95 utilizada principalmente profissionais da saúde, abafa o som em até 12 decibéis.

 Diante desse problema a sugestão é a seguinte: ao falar com um deficiente auditivo, levante a máscara apenas perto da boca sem tirá-la e converse numa velocidade em que ele consiga te ouvir e te compreender, procurando articular bem as palavras e eleve um pouco a voz.

 Infelizmente até para assistir TV, alguns pacientes tem se queixado de dificuldades de compreensão, porque até nos telejornais os repórteres aparecem utilizando máscaras, diante disso, é recomendado que sejam ativadas as legendas automáticas da própria TV, ou então, que seja realizada uma nova regulagem específica para esse tipo de problema –os aparelhos auditivos mais modernos nos oferecem a condição de conectividade para ouvir pelo aparelho auditivo.

 Um outro problema está sendo gerado pelo uso da máscara: são as tiras que podem ficar entrelaçadas com os aparelhos auditivos atrás ou entorno das orelhas, causando prejuízos, como uma queda do aparelho no chão.

 Diante deste problema, sugerimos que o portador de prótese auditiva utilize máscaras em que fiquem presas na cabeça e não atrás das orelhas. Assim, não corre o risco de o aparelho enroscar ou cair no chão toda vez que precisar tirar a máscara.

 Em virtude das formas de contágio do coronavírus, o principal cuidado é com a higienização das mãos.

 Higienize sempre as mãos com água e sabão ou com álcool em gel 70%, antes de tocar no aparelho. Tanto um, quanto outro é capaz de destruir a camada proteica do vírus, destruindo-o e impedindo a transmissão. E, caso prefira se prevenir ainda mais, recomenda-se utilizar luvas descartáveis para higienizar o aparelho auditivo.


 O correto, no entanto, é que o aparelho auditivo seja higienizado diariamente, principalmente quando o usuário retira o dispositivo para dormir. Cada modelo e marca tem as suas indicações, e é muito importante que as siga rigidamente em tempo de pandemia. O ideal seria limpar com um pano seco ou o uso de desumidificadores!

 Lembrando que os aparelhos auditivos são equipamentos eletrônicos e, por isso, não devem ser molhados, ou seja, não inclui qualquer tipo de produto de limpeza. O correto é sempre seguir as orientações do fabricante.

 Cuide do seu aparelho auditivo, cuide-se.

 Os dias parecem estar nebulosos, mas cada um fazendo a sua parte podemos evitar a proliferação desse vírus que tem assustado o mundo, para que em um futuro próximo, possamos sentirmos “livres” novamente.

 Fonoaudióloga Francine Masuela
 Crfª: 14215


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