Por Direito de Ouvir

21 de March de 2015

A surdez em crianças

Muitos pais ficam angustiados com a surdez dos filhos

21 de March de 2015


Muitos pais ficam naturalmente muito angustiados e inconformados com o diagnóstico de surdez em seus filhos e procuram por uma causa, o que nem sempre é possível identificar. Nos Estados Unidos, um país que apresenta dados estatísticos fidedignos quando nos referimos à saúde, 1 a 2 crianças nascerão surdas a cada ano num universo de 1000 nascidos vivos.

A surdez genética é uma causa que tem ganhado importância cada vez maior com o desenvolvimento desse ramo da ciência, da biologia molecular e com o mapeamento recente do genoma humano. Ela pode estar inserida dentro de uma síndrome, com vários outros achados, a dita surdez sindrômica (é importante que se diga que existem mais de 400 síndromes que levam à surdez) e a não sindrômica, que aparece exclusivamente como perda auditiva isolada. Nesta última variante, a criança pode já apresentar a perda auditiva ao nascimento, antes da aquisição da linguagem, que tende a ser severa e bilateral ou após. Mesmo sendo hereditária, o indivíduo com surdez genética pode ser o único a apresentar tal deficiência na família. Pode incidir também em vários descendentes e colaterais. Cabe uma avaliação com um geneticista especialmente neste caso.

Doenças que podem causar a surdez


Algumas infecções adquiridas durante a gravidez ou logo após, como a citomegalovirose, rubéola, toxoplasmose e sífilis são causas de grande importância, especialmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde o acompanhamento pré-natal ainda é bastante precário.

A hipóxia neonatal (baixa oxigenação) devido às complicações durante o parto, a prematuridade, a internação em UTI neonatal, alguns medicamentos usados nas UTI pediátricas (por exemplo, certos antibióticos e diuréticos) e a icterícia neonatal são outras causas bastante relevantes.

A meningite bacteriana merece ênfase especial, por ser causa muito prevalente e levar à ossificação da cóclea, dificultando o uso de implante coclear.

Exposição ao ruído também prejudica audição

A exposição ao ruído é uma causa importante de perda auditiva, especialmente nas crianças que usam aparelhos que tocam MP3 ou outros dispositivos semelhantes, portanto numa faixa etária um pouco mais adiantada. Limitar o uso destes aparelhos a poucas horas ao dia, com o cuidado de não ultrapassar a intensidade correspondente à 60% do volume máximo é de extrema importância. Os fones de ouvido tipo “concha” são mais seguros dos que aqueles inseridos dentro do canal auditivo.

Uma forma dos pais identificarem a surdez em crianças é através de suas reações ao estímulo sonoro, portanto aí vão algumas dicas: nos primeiros seis meses de vida a criança com audição normal reage apenas com reflexos como o cócleo-palpebral, que é o pestanejar diante de um som, por exemplo, ao bater palmas. No segundo semestre de vida, a criança já apresenta o reflexo de girar a cabeça na direção do estímulo sonoro, o chamado reflexo cefalógiro. Já se iniciam os balbucios e as primeiras vocalizações em torno de um ano. No segundo ano, ocorrem as associações de palavras e formação de pequenas frases e no terceiro, o vocabulário aumenta e uma maior fluência da fala ocorre.

A triagem auditiva neonatal tem possibilitado o tratamento precoce com aparelhos auditivos ou implante coclear que idealmente deve ser feito até os 6 meses de vida. O acompanhamento pelo otorrinolaringologista é indispensável para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento das crianças com suspeita de déficit auditivo.

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