Por Direito de Ouvir

16 de September de 2021

Alimentação e perda auditiva

Os efeitos do consumo de cafeína, cigarro e açúcar e benefícios da hidratação.

16 de September de 2021


A alimentação e o uso de algumas substâncias interferem direta e indiretamente em nossa saúde auditiva.

A cafeína, por exemplo, que pode ser encontrada em produtos como chocolate, café, chás preto ou verde, mate, refrigerantes, chimarrão, bebidas estimulantes e em alguns medicamentos analgésicos exerce um bloqueio nos receptores de adenosina¹, provocando um efeito vasoconstritor que diminui a irrigação sanguínea até as orelhas, fazendo com que o sangue precise fazer mais força para atravessar os vasos, aumentando, consequentemente, a pressão arterial.

O mesmo acontece com o consumo de nicotina e tabaco, presentes nos cigarros. Essas substâncias aumentam os níveis de catecolaminas², gerando a contração nos vasos sanguíneos.

O cigarro, por sua vez, diminui o fluxo de sangue na cóclea - órgão presente em nossas orelhas internas, que é responsável pela transdução sonora - ou seja, pelo envio do som em forma de impulso elétrico até o cérebro. A toxicidade que a nicotina gera nas células auditivas diminui a oxigenação e, consequentemente, a quantidade da energia disponível em sua estrutura celular.

Além desses, o açúcar que está no chocolate, por exemplo, juntamente à cafeína, são vilões para a saúde auditiva. Em alguns organismos, quando a glicemia do sangue aumenta, depois da ingestão de doces, o pâncreas produz mais insulina do que o necessário para controlar a quantidade de açúcar presente, este excesso de provoca um desequilíbrio bioquímico que atrapalha o funcionamento normal do ouvido.

A associação entre cigarro, cafeína, açúcar e outras substâncias desencadeiam uma série de mudanças fisiopatológicas que levam ao mau funcionamento das estruturas envolvidas na captação e interpretação sonora, podendo levar à perda auditiva.

Os principais sintomas que podem surgir ou agravar-se são zumbidos e tonturas.

A cafeína acelera o sistema nervoso. O cigarro diminui o fluxo sanguíneo na cóclea. O açúcar em excesso altera a bioquímica do corpo humano.

A redução significativa dessas substâncias pode beneficiar pessoas com perda auditiva, principalmente aqueles que apresentam zumbido. O Período de 30 dias de observação é necessário para uma melhor correlação entre o desmame dessas substâncias às queixas auditivas.

Em contrapartida, o consumo de água auxilia no fluxo sanguíneo do ouvido interno, fazendo com que as células fiquem mais nutridas.

Beber bastante água durante o dia ajuda a eliminar toxinas e melhora o funcionamento do organismo, além da prática de atividade física, que colabora com o metabolismo e favorece a circulação.

A alimentação saudável, numa frequência de 4 a 6 vezes ao dia, evitando excessos, agregando vitaminas importantes para as orelhas bem como as vitaminas B12, B9, A, C e E são ótimos aliados à nossa saúde auditiva.

No fim das contas, para ter qualidade de vida é necessário, sobretudo, manter hábitos de vida saudáveis e isso se refere também à alimentação.

Evitar o consumo de substâncias que podem ser nocivas à saúde ou até a moderação do uso das mesmas associados à ingestão de vitaminas, água e atividade física, é um hábito que, se incorporado à rotina diária, trará benefícios ao paciente e melhora na sua qualidade auditiva.

Ainda que essas práticas não promovam uma “cura” para a deficiência auditiva, elas exercem de fato uma melhor relação das dificuldades, queixas e sintomas associados ao problema auditivo.

É de suma importância também buscar um profissional qualificado para investigar os sintomas e oferecer o tratamento mais adequado para cada caso.


1. É uma substância que regula os batimentos cardíacos.
2. Grupo de hormônios responsáveis por controlar as funções cardíacas, a resistência dos vasos sanguíneos, atuando na liberação de insulina e na degradação de gorduras.

Fonoaudióloga Marilia Vasconcelos
CRFª 4-12247


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