Por Direito de Ouvir

07 de March de 2015

Otosclerose pode levar à surdez

300 milhões de pessoas sofrem de alguma perda auditiva

07 de March de 2015


Se você está escutando um zumbido por algum tempo, ele pode ser o primeiro sinal de que a saúde do seu ouvido requer cuidados. Ignorado, esse barulho insistente indica danos que, se não tratados a tempo, são irreversíveis para a audição. No mundo, 300 milhões de pessoas sofrem de alguma perda auditiva, e uma das principais razões é o descaso com os primeiros indícios do problema. Dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia apontam que as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceber algum dano à audição e ainda levam mais dois anos para escolher um tratamento. Tal descuido pode levar à surdez precoce. Entre as inúmeras causas que acarretam a perda auditiva, a otosclerose é a menos conhecida.

O que é a otosclerose?

Comum em caucasianos, rara entre orientais e negros, trata-se de uma doença genética que provoca uma perda auditiva gradual até total comprometimento. Apesar de não ser comum — menos de 0,5% da população mundial apresenta o problema — não tem cura e se pronuncia em homens e mulheres (maioria), a partir dos 20 anos.

Quais os sintomas da otosclerose?

O principal sintoma da otosclerose é a perda auditiva gradual, na maioria dos casos. Normalmente, quem sofre deste problema começa a sentir dificuldade para ouvir sons de baixa frequência. Isso pode vir acompanhado de tontura ou zumbido.

“Todos os ossos do nosso organismo são vivos e compostos por minerais de cálcio. Como uma estrutura viva, há uma arquitetura interna do osso que deve ser mantida por isso, todas as horas, células do nosso organismo renovam esse cálcio. Mas, em uma pessoa com otosclerose, há uma alteração nessa renovação, o que provoca calos no osso do ouvido médio, comprometendo a audição”, explica Caio Athayde Neves, cirurgião otorrinolaringologista.


Como é feito o tratamento da otosclerose?

Apesar de ter esse componente genético e hereditário, há casos da doença em quem não apresenta histórico familiar. Felizmente, há possibilidade de tratamento cirúrgico, que consiste na retirada do estribo — um dos ossos do ouvido médio — e a implantação de uma prótese. Para o diagnóstico, é necessária uma análise do histórico clínico e exames de audiometria. O médico também pode requisitar uma tomografia. Porém, só a cirurgia é capaz de confirmar se o paciente tem otosclerose. A operação pode ser feita em pacientes de qualquer idade e o risco de complicação é de menos de 1%. “Só não conseguimos melhorar 100% o zumbido.”

Normalmente, a cirurgia substitui o estribo por uma prótese. Durante o procedimento, que é realizado sob anestesia geral ou local, o médico utiliza um microscópio cirúrgico, para remover o estribo defeituoso e introduzir no lugar uma prótese de teflon ou titânio (cerca de 4 milímetros) para restabelecer o fluxo das vibrações sonoras. 

Há casos que pacientes preferem usar o aparelho auditivo ou que nem mesmo a cirurgia pode recuperar a audição, se a perda estiver avançada. Ainda assim, se o especialista aconselhar a cirurgia, o resultado é satisfatório. “A tendência é que você perceba uma pequena alteração da audição, até mesmo porque uma prótese nunca substituirá um osso. Mas a chance de recuperar a audição é alta”, conclui Caio Athayde.

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