Por Direito de Ouvir

02 de March de 2016

Medicamentos Ototóxicos e Problemas Auditivos

Medicamentos ototóxicos podem causar danos ao sistema auditivo

02 de March de 2016


Você sabia que alguns remédios podem causar danos ao sistema coclear e vestibular? Eles são chamados de medicamentos ototóxicos.

Estima-se que existam cerca de 200 remédios considerados ototóxicos. Dentre eles os mais comuns são: antibióticos aminoglicosídeos, salicilatos, quinino, agentes antineoplásicos e diuréticos de alça. Na maioria dos casos, a ototoxicidade é temporária e não causa distúrbios por longos períodos, mas é importante ressaltar que o uso inadequado deles pode provocar prejuízos à audição.

Como os medicamentos ototóxicos afetam a audição?

As substâncias tóxicas geralmente exercem sua ação predominante na orelha interna, mas podem agir em mais de um local. As áreas mais afetadas costumam ser as células ciliadas da cóclea, o vestíbulo e a estria vascular.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco são:

    Função renal alterada;
    Dose cumulativa:
    Dosagem sérica;
    Exposição ao ruído;
    Perda auditiva neurossensorial ou zumbido prévio;
    Desnutrição;
    Mau estado geral;
    Idade (geralmente extremos)
    Vertigem ou desequilíbrio;
    Administração concomitante de mais de um ototóxico.

Quais são os medicamentos ototóxicos?

A lista de medicamentos ototóxicos engloba mais de 200 drogas, mas as mais comuns são:

AMINOGLICOSÍDEOS  - São antibióticos de atividade bactericida, como a estreptomicina (usado no tratamento da tuberculose), a  Di-hidroestreptomicina, Neomicina, Kanamicina, Amicacina,  Gentamicina.

ERITROMICINA - A eritromicina é um antibiótico da classe dos macrolídeos, cuja ototoxicidade é rara e resulta em uma perda auditiva neurossensorial bilateral em todas as frequências. Em muitos casos, a perda pode ser temporária_ para ao redor do terceiro dia após suspensão da medicação. Zumbido é um sintoma que pode estar presente.

VANCOMICINA - É um antibiótico usado no tratamento de infecções por S. aureus meticilino resistente e colite pseudomembranosa.  A ototoxicidade ocorre quando medicado por via parenteral, já que seu uso via oral não apresenta absorção significativa. Hoje, acredita-se que a vancomicina potencializa o efeito dos aminoglicosídeos.

DIURÉTICOS DE ALÇA - O representante desse grupo mais frequentemente utilizado em nosso meio é o furosemide, um remédio de excreção renal. A incidência de ototoxicidade em pacientes recebendo furosemide é de 6,4%. A perda auditiva costuma ser transitória e totalmente reversível.

SALICILATOS – O  ácido acetil salicílico é uma das medicações mais utilizadas na prática clínica. Sua ototoxicidade é limitada à cóclea e se manifesta como perda auditiva neurossensorial bilateral, simétrica, em todas as frequências e zumbido. A perda é proporcional ao nível sérico da droga e pode ser leve a moderada (entre 20- 40 decibéis). Na maioria dos casos, a reversão completa ocorre entre 2 a 3 dias após suspensão da droga.

Como evitar problemas?

Antes do tratamento, é importante fazer exames audiológicos para detectar possíveis lesões que podem ser afetadas por esses remédios. Se durante o tratamento você perceber algum tipo de redução na capacidade auditiva ou sentir dores ou incômodo no ouvido, fale com o seu médico ou procure um otorrinolaringologista. Ele poderá identificar se houve algum dano à capacidade auditiva e suspender - ou até mesmo manter - o uso do remédio ototóxico.


Marcadores
Audição
Nós usamos seus dados para analisar e personalizar nossos anúncios e serviços durante sua navegação em nossa plataforma. Ao continuar navegando pelo site Direito de Ouvir você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las