Por Direito de Ouvir

23 de October de 2017

Deficientes auditivos e os desafios do trabalho

O dia de trabalho pode ser longo e difícil para pessoas com problemas auditivos

23 de October de 2017


O dia de trabalho pode ser longo e difícil para as pessoas com problemas auditivos. Conversar com os colegas e concentrar em suas atividades exige muita energia, potencial, disposição e eficiência no trabalho.

Para alguns é mais cômodo manter em sigilo seu problema de perda auditiva, uma vez que eles ficam embaraçados de falar sobre o assunto com seus colegas e empregador.

Na verdade pessoas com problemas auditivos sentem-se frustradas e temerosas de falar sobre suas deficiências. E com o passar do tempo, sem um tratamento adequado e sem admitir o problema auditivo, isso só irá criar mais problemas para todas as partes envolvidas. O ideal é estabelecer imediatamente um diálogo aberto, desde o início, sobre o problema, o que certamente contribuirá para afastar os temores da real situação.

É um fato constatado que vale a pena o empregador ouvir e ajudar o funcionário com perda auditiva e que todo empenho extra é compensado com grande desempenho e esforço por parte do empregado. Confira dicas para superar a vergonha de usar aparelhos auditivos aqui.


Conviva melhor com seu colega de trabalho deficiente auditivo

Você convive com um profissional que é deficiente auditivo? Confira dicas que podem ajudá-lo a se comunicar melhor com ele:

Fale devagar, mas com naturalidade - Não precisa articular demais as palavras ou fazer mímicas e caretas;
Converse de frente para ele - Sempre que possível, fale de frente para o seu colega de trabalho. Dependendo da perda auditiva dele ou até mesmo do seu sotaque e ritmo de fala, um pouco de leitura labial pode ser necessário;
Adapte o volume da voz - Nada de sair berrando logo de cara. Converse no seu tom de voz natural e, se perceber que ele não consegue entender, aumente um pouco o volume. Se seu colega de trabalho tiver surdez quase total, não vai adiantar gritar mesmo: provavelmente ele fará leitura labial;
Dê um toque - Muitas pessoas surdas ou com deficiência auditiva nem sempre ouvem quando são chamadas. Se perceber que seu colaborador não responde, faça algum sinal tátil ou visual. Acenda ou apague a luz, por exemplo, ou toque no ombro dele de leve - nada de cutucões ou sacudidas bruscas;
Esqueça o preconceito - Lembre-se que a deficiência auditiva afeta a audição e não o intelecto de uma pessoa. Seu colega de trabalho tem a inteligência de uma pessoa normal e, por isso, deve ser tratado como tal.

Curiosidade:

A Lei de Cotas foi criada em 1991 para promover a inclusão de pessoas com deficiência no mundo do trabalho. Ela exige que as empresas com mais de 100 funcionários destinem vagas de trabalho voltadas a pessoas com deficiência. Se a companhia tiver de 100 a 200 colaboradores, a exigência é de 2% das vagas. Para empresas que tenham de 201 a 500 funcionários, o mínimo exigido é de 3%; de 501 a 1000 funcionários a exigência é de 4%. E acima disso, o percentual é de 5%. Empresas que não cumprem a Lei estão sujeitas a multas que variam de R$ 1.812,87 a R$ 181.248,63.

Dados do IBGE apontam que 330.296 mil pessoas com deficiência estão formalmente empregadas no Brasil atualmente, um índice que pode ser considerado baixo frente aos 20,2 milhões de cidadãos com deficiência que podem exercer algum tipo de atividade (a população brasileira que registra alguma deficiência chega a 45,6 milhões). As pessoas com deficiência auditiva são 74,3 mil ou 22,5% do total. Saiba mais!

Baseado em: "How's your work life? Assessing and Resolving Hearing Loss-Related Problems in the Workplace", Hearing Loss, November/December 2002, and Din Hörsel, Nr 4, May, 2003.


Marcadores
Perda auditiva
Nós usamos seus dados para analisar e personalizar nossos anúncios e serviços durante sua navegação em nossa plataforma. Ao continuar navegando pelo site Direito de Ouvir você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las