Por Direito de Ouvir

10 de March de 2017

Terapia genética para reverter a surdez

Estudo de Harvard indica reversão de surdez em ratos

10 de March de 2017


Pesquisadores da Escola Médica de Harvard lançaram mão da terapia genética para curar a surdez de ratos. O resultado dos testes, publicado na revista Nature biotechnology, em fevereiro, foi considerado um marco na história das pesquisas que buscam reverter a perda auditiva. Com este resultado, eles esperam descobrir tratamentos semelhantes para humanos em um "futuro próximo".

Após o tratamento genético, ratos surdos foram capazes de ouvir um pequeno sussurro. Com a terapia, os pesquisadores conseguiram “restaurar” os cílios sensíveis ao som que estavam defeituosos na surdez. Eles usaram um vírus sintético para cortar e corrigir o defeito.


Entenda a pesquisa que tratou a surdez

Os especialistas estimam que metade dos casos de surdez acontecem por causa de um erro no DNA. Os ratos utilizados na pesquisa da Escola de Medicina de Harvard  tinham uma disfunção genética chamada síndrome de Usher, que associa a surdez com a perda gradual da visão. Ela é considerada a principal causa de deficiência auditiva combinada com cegueira no mundo.

Esta síndrome causa problemas na formação dos cílios dentro da orelha. Em um ouvido normal, estes pelinhos formam linhas em “V”, que convertem os sons em sinais elétricos que são enviados para o cérebro. Quem sofre com a síndrome de Usher não tem a mesma formação dos cílios: eles ficam desorganizados - o que afeta gravemente a audição.

Para solucionar este problema, os pesquisadores desenvolveram um vírus sintético que infectou a orelha com as instruções corretas para a formação de células de pelo.

Resultados do estudo

Após a correção que o vírus fez nos cílios, os ratos que eram profundamente surdos puderam ouvir cerca de 25 decibéis - o equivalente ao volume de um sussurro.

Agora os cientistas vão analisar se o vírus é algo saudável e se o seu efeito é duradouro - eles já sabem que a terapia funciona por pelo menos seis meses. Mas ainda há questões importantes a serem consideradas como porque ela funcionou nos ratos tratados logo no nascimento, mas não deu certo naqueles que receberam o vírus dez dias depois de nascidos.

De qualquer forma, o resultado surpreendeu os pesquisadores e abriu novas expectativas. Existem cerca de 100 diferentes tipos de defeitos genéticos que podem causar a perda de audição - e cada um exige tipos diferentes de terapia. Com essa compreensão da biologia da orelha, os pesquisadores esperam criar novos tratamentos para humanos em um futuro próximo.

Saiba mais sobre pesquisas de terapia genética para tratar a surdez  

Nós usamos seus dados para analisar e personalizar nossos anúncios e serviços durante sua navegação em nossa plataforma. Ao continuar navegando pelo site Direito de Ouvir você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las