Por Direito de Ouvir

16 de June de 2016

Excesso de ruído pode ocasionar perda auditiva

O excesso de ruído pode provocar alterações como trauma acústico

16 de June de 2016


De acordo com a fonoaudióloga e professora universitária Manuella Albuquerque Sampaio, os prejuízos causados pelo excesso de ruído vão desde a constipação intestinal até a cefaleia intensa e a depressão. “Sabemos que o corpo humano trabalha de forma harmônica, todos os órgãos se ajudam.

Com o excesso de ruído, essa harmonia começa a desaparecer. Um dos primeiros sintomas a aparecer é o zumbido, que faz com que a pessoa não consiga mais ter uma noite de sono tranquila”, afirma a fonoaudióloga.

Quando o nível é considerado alto?

Um exemplo são as britadeiras que têm nível de som de 100 dB, e os shows de rock têm aproximadamente 110 a 120 dB. Esse mesmo intenso som pode facilmente ser produzido em fones quando se ouve música num aparelho de som, como também em muitas escolas ou aglomeração de crianças.

 

Ruído e a perda auditiva

No que diz respeito à audição, o excesso de ruído pode provocar alterações como trauma acústico, perda auditiva temporária e desvio temporário dos limiares ou até desvio permanente dos limiares auditivos.

De acordo com a professora, em casos mais graves, a perda auditiva pode gerar o isolamento do indivíduo, pois a pessoa não compreende com clareza o que lhe é dito nos ambientes sociais. “Uma pessoa que mora perto de algum lugar barulhento pode sim, ter insônia, irritabilidade e desenvolver uma perda auditiva ocasionada pelo ruído que chamamos de Pair (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído)”, pontua. Saiba mais sobre Pair.

 

As principais características da Pair são: perda neurossensorial irreversível provocada por exposição prolongada a níveis de ruídos superiores a 85 decibéis e por mais de 8 horas/dia durante 6 ou 10 anos. Essa perda começa nas frequências altas, mas se estabiliza quando para a exposição ao ruído.

Normalmente, os sintomas dela pode ser, além da perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som. Alguns transtornos comportamentais, cardiovasculares, digestivos e neurológicos também podem aparecer. Para fazer um diagnóstico do problema, normalmente o otorrinolaringologista investiga o histórico profissional da pessoa, seu histórico familiar, queixas como zumbidos e consumo de medicamentos chamados ototóxicos.

Após essa anamnese, ele pode solicitar exames como audiometria tonal e vocal, impedanciometria e BERA. Os exames devem ser feitos sob determinadas condições, estabelecidas pela Portaria n.º 19, da Norma Regulamentadora n.º 7 (NR-7):

 

  • Utilização de cabina acústica;
  • Utilização de equipamento calibrado;
  • Repouso acústico de 14 horas;
  • Profissional qualificado para a realização do exame (médico ou fonoaudiólogo).

Caso seja diagnosticada a Pair, é recomendada uma reabilitação, que pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e até com o uso de aparelhos auditivos.

Como prevenir a Pair

As ações de prevenção normalmente acontecem no ambiente de trabalho por meio de Programas de Conservação Auditiva (PCA), que incluem, por exemplo, o uso de equipamento de proteção individual e o protetor auditivo.

As empresas devem manter, de acordo com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA–NR9), no qual os diversos riscos existentes no trabalho devem ser identificados e quantificados para, a partir dessa informação, direcionar as ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), que procederá às avaliações de saúde dos trabalhadores.


Marcadores
Perda auditiva
Nós usamos seus dados para analisar e personalizar nossos anúncios e serviços durante sua navegação em nossa plataforma. Ao continuar navegando pelo site Direito de Ouvir você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las