Por Direito de Ouvir

10 de April de 2017

Enxaqueca pode causar problemas de audição

Pesquisa mostra que pessoas com enxaqueca têm prejuízos na audição

10 de April de 2017


Pessoas que sofrem de enxaqueca podem ter problemas de audição. É o que indicou uma pesquisa do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) e do Ambulatório de Neuroaudiologia, ambos ligados ao Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), em São Paulo.

Estima-se que 15,2% da população brasileira sofra com enxaqueca e esse problema afeta a forma como as informações são processadas pelo cérebro.

O estudo, de autoria da fonoaudióloga Larissa Mendonça Agessi, selecionou 41 pacientes com idades entre 18 e 40 anos, de ambos os sexos, divididos em três grupos. No primeiro ficaram 11 indivíduos com enxaqueca acompanhada de aura – nome que é dado para sintomas visuais e sensitivos como flashes luminosos, pontos brilhantes, visão embaçada, formigamento, dormência, dificuldade em falar, tontura e vertigem, entre outros.

No segundo grupo, com 15 participantes, ficaram pessoas com enxaqueca sem aura. O terceiro, considerado o grupo controle, com 15 indivíduos, que não relataram a ocorrência de cefaleia no último ano ou nunca a tiveram.

Foram excluídos os voluntários com distúrbios neurológicos e psiquiátricos, traumatismo craniano, perda auditiva e cirurgias otológicas, uso de medicações ototóxicas, exposição ao ruído ocupacional; abuso de drogas ou consumo de álcool e tabagismo.

Enxaqueca pode prejudicar audição

Das 26 pessoas que estavam no grupo com enxaqueca, 21 apresentaram problemas com o processamento auditivo. Os pesquisadores concluíram que elas ouviam, mas tinham mais dificuldade de compreender o que foi dito do que aquelas que não têm dor de cabeça.

Todos os pacientes foram avaliados com testes que verificam o processamento auditivo central – como Gap in Noise (GIN), para avaliar a capacidade auditiva de resolução temporal (capacidade do sistema auditivo de detectar a ocorrência de dois sons consecutivos, separados por um intervalo de silêncio de 2 a 20 milissegundos, evitando-se que fossem percebidos como um único som); Duration Pattern Test (DPT), para verificar a capacidade auditiva de ordenação temporal (capacidade de nomear e ordenar três sons diferentes quanto à duração, ou seja, afirmar se determinado som é curto ou longo).

Como resultado, os pacientes com enxaqueca tiveram mais dificuldade em identificar a presença de dois sons num intervalo de silêncio de 6 milissegundos, e na discriminação de sons de curta e longa duração.

Dessa maneira, os pesquisadores constaram que a enxaqueca pode prejudicar o processamento auditivo central. Já ouviu falar sobre o transtorno do processamento central?


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